segunda-feira, 27 de junho de 2011

USO RECREATIVO DO VIAGRA

 
 Homens sem problema de ereção usam os comprimidos como afrodisíaco para apimentar o sexo A noite foi quentíssima e o desempenho dele a surpreendeu. Nunca antes ele tinha segurado a ereção por tanto tempo, suficiente para você ter vários orgasmos. DE onde veio esse fôlego inédito? Em alguns casos, a resposta é: "da farmácia". Exatamente: homens jovens e sexualmente saudáveis estão tirando o prazer de uma caixa de remédio. Atraídos pela possibilidade de melhorar a performance na cama, eles recorrem ao Viagra. "Graças a ele, precisei de menos estímulo", lembra Marcelo, de 31 anos. Ele tomou um comprimido azul antes de ir ao motel com a namorada apenas para testar os efeitos. "Transamos três vezes naquela noite."

A pílula de 50 miligramas em formado de losango contém sildenafil, substância que dilata os vasos sanguíneos do pênis e provoca várias ereções num período de até 6 horas. "Ela foi transformada em afrodisíaco" analisa um urologista. A droga, no entanto, não foi criada para apimentar o sexo, e sim para ajudar quem não consegue uma ereção completa. Só que a curiosidade em torno dos efeitos fez com que seu uso explodisse entre homens que transavam sem problemas.

Talismã em cápsula. É impossível calcular quantos consumidores buscam cartelas de Viagra como aditivo sexual. Trata-se de um grupo que opta pela automedicação, apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinar a apresentação da receita para a venda. Na prática, não é fácil comprá-lo quanto um envelope de aspirina. Mas os médicos não aprovam. "O uso recreativo, para quem tem ereções normais, é inadequado e não deve ser estimulado", aconselha um urologista. Especialistas em sexualidade acreditam que o hábito oculta distúrbios emocionais e até problemas de saúde. Estudo sobre o comportamento sexual do brasileiro revelou que 31,5% dos homens têm alguma dificuldade para enrijecer o pênis. Para os que pretendem evitar fracassos na cama, o Viagra transformou-se em talismã. O simples fato de carregá-lo no bolso faz com que alguns deles funcionem", afirma um urologista. Pesquisas mostram que 40% dos homens melhoram o desempenho sexual tomando placebo - drágeas de farinha ou açúcar - por acreditar que estão tomando o medicamento. A droga oferece confiança, especialmente para quem começa um relacionamento.
Contar com o Viagra para driblar o temor do fracasso na cama é um erro."O consumidor ficará preocupado no momento em que não puder fazer uso do comprimido", alerta um psicólogo. Além disso, deslumbrados com o lado "mágico", capaz de sumir com qualquer obstáculo que impeça a ereção, alguns homens parecem esquecer que se trata de um remédio com contra-indicações e efeitos colaterais. Juliano, 33 anos, fez uso recreativo do Viagra em uma aventura extraconjugal. "Quis garantir a noite", conta. O resultado foi inesquecível - no pior sentido: seus batimentos cardíacos dispararam. "Achei que estava tendo um infarto e entrei em pânico."

Sem desejo, é impossível. Especialistas são taxativos: se não houver libido, a droga não fará efeito. Quando o homem é estimulado sexualmente, o cérebro envia sinais que provocam a liberação do óxido nítrico. Essa substância acelera a produção de outra, que dá início à ereção. A partir desse momento o sildenafil age prolongando a ereção. É uma solução química para um problema físico, não do cérebro. A explicação técnica põe um ponto final na confusão entre ereção e desejo. Os homens supervalorizam o pênis ereto. Porém sexo não se resume à penetração, mas envolve sedução e afeto. Pessoas que usaram o Viagra para apimentar o sexo afirmam ter gostado, mas que preferem exercer seus dotes, mesmo que não sejam tão bons sem o uso da droga.

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