domingo, 27 de junho de 2010

infidelidade na Internet

Pesquisa apura infidelidade na Internet


Trabalho de psicóloga de Campinas com mulheres norte-americanas revela que maioria vê traição no sexo virtual.

Na sua opinião, sexo virtual é traição? Você já parou para pensar sobre esta pergunta? Pois a psicóloga campineira Cristina Martins não só questionou, como desenvolveu uma pesquisa sobre o assunto.

Seu trabalho "Mulheres Americanas e Infidelidade na Internet", elaborado ao final do curso de especialização em Sexualidade Humana da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, será apresentado no XV Congresso Mundial de Sexologia, em Paris, de acontece de sábado (23/06) a quinta-feira (28/06).

A pesquisa envolveu a realização de 200 entrevistas com mulheres norte-americanas acima de 21 anos, todas feitas pela Internet, através do programa ICQ (I Seek You que, em português, significa 'eu procuro você'). Deste universo, 58% consideraram que a prática do sexo pela Internet se configura em traição. Outras 21% tiveram opinião diferente e disseram que não é traição. As 21% restantes não se posicionaram contra nem a favor.

"As mulheres que não consideraram o sexo virtual uma traição afirmaram que esta prática é benéfica para os relacionamentos reais", contou Cristina. De acordo com ela, muitas delas fazem sexo virtual na presença dos parceiros, alegando que dessa forma os dois aprendem mais sobre as fantasias um do outro.

Na avaliação da psicóloga, isso é um sinal de que existe falta de comunicação entre os parceiros. "Eles precisam utilizar a Internet para se conhecer melhor", explicou. Segundo Cristina, houve casos de mulheres que afirmaram procurar pela Internet, junto com seus parceiros, pessoas para fazer troca de casais.

Por outro lado, uma rígida formação religiosa e fortes conceitos de monogamia foram constatados entre as mulheres que avaliaram o sexo virtual como traição. "A sociedade americana é muito conservadora e as mulheres, reprimidas sexualmente", ressaltou a pesquisadora.


Além de verificar que a prática do sexo virtual já atinge uma boa parcela das mulheres americanas, a psicóloga percebeu que o número de divórcios ocasionados pela prática do sexo virtual também tem aumentado. "A própria Internet tem sites que mostram isso. Cheguei a visitar o de um advogado especializado neste tipo de caso, que afirmava que o índice de divórcio desencadeado pela prática do sexo virtual tem crescido entre 10% e 40% a cada ano", informou.

Uma das conclusões a que chegou aponta que o progresso tecnológico pode levar a um individualismo cada vez mais exacerbado, já que as relações pelo computador não têm implicações com a vida real. "Neste tipo de relação, a tela e o teclado são o corpo do parceiro", comparou.

Quem é contra este tipo de comportamento, já conta com aliados. A pesquisadora comentou que a própria indústria tecnológica começa a produzir formas de vigilância para auxiliar aqueles que desconfiam estar sendo 'virtualmente traídos'. "São mecanismos que controlam o tipo de site visitado e podem até gravar conversas".

A opção por entrevistar as mulheres americanas ocorreu porque, no Brasil, no período em que a pesquisadora disponibilizou a pergunta sobre o assunto e o objetivo do trabalho em seu ICQ, as internautas não levaram a sério, segundo ela.


Por: Renata Freitas, do Correio Popular
Fonte Cosmo on-line