domingo, 26 de junho de 2011

O CIÚME DOENTIO E O AMOR POSSESSIVO

O ciúme é uma emoção complexa, que tem dominado a preocupação da humanidade há muitas gerações

De tempos em tempos, o ciúme doentio, foi examinado a partir de psicoterapia, de aspectos cognitivos e fenomenológicos, em paralelo com a evolução da psiquiatria.

A partir do ponto de vista fenomenológico, a maior parte dos pesquisadores mostra que a atenção esteve centrada no delírio do ciúmes.

O fato de medicina psiquiátrica ter tendência a concentrar-se em ciúme doentio como um sintoma das psicoses reflete-se no tratamento e nas abordagens.

Existe menos informação no que diz respeito ao ciúme obsessivo, onde o pensamento obsessivo tem a qualidade de ideação.

Como encontramos vários casos de ciúme obsessivo relacionado a desfechos violentos e criminosos, vale a pena estudar essa relação.

É necessário fazer uma associação entre o ciúme obsessivo e o sintoma obsessivo compulsivo (TOC). Esta é a primeira grande casuística sobre ciúme obsessivo.

A apresentação do ciúme obsessivo tem a forma de uma excessiva possessividade que aparece numa pessoa que não necessariamente tem um outro distúrbio de personalidade, porém apresenta um ciúme exagerado.

Num extremo está o ciúme delirante que pode complicar comportamentos de uma pessoa esquizofrênica, com transtorno afetivo ou relativos a uma psicose orgânica.

Uma outra forma, pode ser descrita por ciúmes de monomania tendo sido constatado e caracterizado por pensamentos intensos de infidelidade, levando a uma preocupante e contínua acusação de um companheiro pelo outro, com interrogatórios, testes e exigências sexuais excessivas numa tentativa de controle sobre o cônjuge.

Esta forma de ciúme patológico foi reconhecida como uma manifestação do transtorno obsessivo-compulsivo

O ciúme doentio acompanha vários estados psiquiátricos e o tratamento depende da natureza da doença

Matar por amor – Amor obsessivo e ciúme doentio
 
As tragédias relacionadas ao Amor obsessivo e ao ciúme doentio ou patológico

As obsessões são verdadeiras ansiedades …

As Obsessões estão relacionadas à ansiedade criada em resposta a uma situação muito estressante, esmagadora e dolorosa.

Uma frustração amorosa, uma família desestruturada, escola ou ambiente de trabalho nocivo ou ameaçador podem causar um excesso de ansiedade ou a pessoa pode ficar comprometida emocionalmente e tentar buscar uma saída para fugir desta realidade. 
A obsessão associa-se a um desejo intenso e a uma necessidade de preenchimento desta privação.

Devido às necessidades básicas de amor, assistência e aceitação que foram negados, a pessoa lesada viaja para o mundo das obsessões para evitar a sensação interna de ansiedade e privação.

A frustração amorosa e o conseqüente sentimento de perda e desvalorização criam perturbações obsessivas e um transtorno de amor obsessivo vinculados a um ciúme patológico

Para sobreviver e encontrar um sentido, a pessoa cria um mundo irreal com fantasias que preencham esse vazio.

A necessidade obsessiva cria mecanismos e estratégias para seduzir o outro originando numa atração fatal que busca a possessão como forma a incluir o outro em sua própria vida, tentando o máximo de controle, pois a falta deste irá provoca intensa dor.

Fortes emoções terroríficas permeiam a vida psíquica e interpessoal da pessoa obsessiva.

Podem ocorrer manifestações de ciúmes patológicos onde as conexões entre fantasias e realidades se perdem facilitando episódios psicóticos onde a ação se torna real.

A pessoa propensa a um amor obsessivo tem dificuldades de relacionamento saudável ligando-se a relacionamentos amorosos complicados, repletos de brigas, desconfianças e ciúmes, com desfechos tensos e violentos.

Torna-se atraída por essas relações fixando-se em parceiros problemáticos e indisponíveis, parceiros emocionalmente inacessíveis, muitos dos quais não se sentem da mesma maneira por ele ou ela.

Esta luta entre parceiros, é um desvio a partir do fato de que as pessoas obsessivas não querem sentir seu próprio desafeto e seu próprio terror, pois sentem que a vinculação com o outro é muito dolorosa e ao mesmo tempo o contato é muito assustador, pois para eles, isso vai acabar novamente em dor e separação. Para evitar isso é necessário o controle e muitas vezes a possessão.

O obsessivo quando se sente encurralado em suas próprias estratégias, percebendo-se perdendo o controle, passa a ter medo das conseqüências e vendo que suas vias de evacuação e evitação estão cortadas.

Uma vez que não é possível fugir, o único meio disponível para escapar é o recuo no mundo irreal de fantasias e obsessões, pois percebe seu mundo em constante de tensão, vivendo um inferno sem alívio ou fuga física, onde a fantasia, muitas vezes trágicas, se torna a única opção.

O transtorno obsessivo compulsivo é um distúrbio debilitante e destrutivo. No entanto, ele pode ser minimizado com a terapia medicamentosa e psicoterapia cognitivo-comportamental

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