quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quanto mais, melhor Será que vamos falar de Compulsão Sexual?


As pessoas que sentem uma necessidade sexual maior podem estar incluídas neste termo, mas nem sempre... Não existe um consenso sobre a possibilidade da alta freqüência de comportamento sexual ser considerada patológica. Seria patológica, a meu ver, a sexualidade capaz de produzir sofrimento na pessoa ou nas pessoas de seu convívio.

E o que dizer, então, das pessoas liberadíssimas que entregam seus corpos aos seus parceiros sem querer saber se é hora ou por quê? O que dizer de mulheres que atendem aos seus desejos sempre que tem por perto a pessoa com quem se realiza? O que dizer das pessoas que sentem tesão e mesmo sozinhas ou em lugares considerados impróprios, mas em sigilo, dá o seu jeitinho. Como definir se alguém é ou não uma pessoa normal e saudável dentro dos limites da sexualidade?

Não existe parâmetro que nos aponte, se nossas ações no âmbito sexual estão certas ou erradas. Definitivamente não existe. Existem doenças, patologias classificadas pela psiquiatria e pela psicologia, nas quais se enquadram outros tipos de comportamento compulsivos também e existem conceitos plantados na maioria das vezes por pessoas que nem se entregam aos seus impulsos sexuais.

Conceitos que desmoralizam atitudes e gestos sensuais bem simples, de pessoas livres e liberadas, de pessoas capazes de atender aos anseios dos seus corpos sem agredir nem ofender ninguém. Conceitos que julgam e condenam sem propriedade alguma, porque sexo é propriedade de cada um ou de quem mais estiver envolvido com ele.
Quem ainda não fingiu estar passando mal só pra ficar quietinho dentro do quarto se dando prazer.

Quem ainda não falou uma mentirinha só para dar uma fugidinha com alguém com quem gosta de estar e satisfazer os seus desejos.

Quem ainda não deu uma escapadinha ao banheiro do escritório, ou de qualquer outro lugar, para se fazer um carinho.

Quem ainda não pegou a sua mulher no meio de uma festa na casa de amigos e fez amor com ela secreta e perigosamente num cantinho do jardim.

Quem ainda não assistiu a um vídeo pornográfico ou ainda não folheou uma revista erótica, se identificando dentro daquelas fantasias?

Quem ainda não fez nada por si neste sentido, na casa da tia, da sogra, da namorada...
Só quem nunca sentiu por estar ou ser impossibilitado, ou suprimiu, ou sublimou as vibrações maravilhosas da energia sexual em seu corpo.

Que mal há em admitir em ser uma pessoa que quer fazer sexo sempre que puder? Que mal há em fazer isto fortuitamente, de vez em quando e com cuidado para não se machucar? Em eleger pessoas legais para dividir experiências sexuais? Que mal há em um casal fazer isto todos os dias, à noite, de manhã antes do trabalho, na hora em que era para almoçarem juntos?

O que dizer dessas pessoas?São compulsivas, ninfomaníacas, taradas, imorais?

Normalmente, as atitudes que temos relativas à nossa sexualidade são condenadas por nós mesmos. Quem viu? Quem ficou sabendo, se você não contou? Então porque isto fez de você um imoral?

Pesquisando, encontrei umas colocações interessantes e bem esclarecedoras sobre o que viria verdadeiramente ser Compulsão Sexual ou Sexo Anormal ou sexo Imoral, como preferirem.
O termo hipererosia já nos leva à idéia de que pode ser um comportamento desejado e positivo, apenas um excesso de erotismo de uma determinada pessoa. As pessoas que sentem uma necessidade sexual maior podem estar incluídas nesta denominação, mas nem sempre... O que pressupõe e que permite chamar de comportamento sexual compulsivo depende de características de personalidade específicas.

São pessoas que têm pensamentos ou atos compulsivos recorrentes; têm pensamentos obsessivos - idéias, imagens ou impulsos que entram na mente do indivíduo repetidamente de uma forma estereotipada, são angustiantes (violentos, repugnantes ou obscenos), sem sentido e a pessoa não consegue resistir a eles. São reconhecidos como próprios e pessoais. Tem atos ou rituais - comportamentos estereotipados, que se repetem muitas vezes, não são agradáveis e são vistos como preventivos de algo improvável e estas manifestações ocorrem em conjunto com ansiedade e depressão.

Estas características podem variar e dependem de quanto à pessoa está envolvida com seus pensamentos automáticos enquanto seus processos de pensamento estão desenvolvidos, destruindo e prejudicando os relacionamentos cotidianos.

Fonte: Saúde na Internet

A compulsão sexual, para alguns especialistas, é um transtorno obsessivo compulsivo; para outros é dependência, como a de drogas e jogo. Na tentativa de traçar um perfil mais adequado dos pacientes com compulsão sexual, o responsável pelo Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico da Unifesp fez uma pesquisa com 24 pessoas atendidas no serviço.

Apesar de uma amostra pequena, os dados são relevantes, já que estudos nesse campo não são freqüentes. O estudo aponta alto grau de instrução entre os pacientes, predominância masculina e resistência ao tratamento. 41% dos analisados têm parceiro fixo - e a média de parceiros sexuais de cada um é de 161 pessoas. Os analisados apontaram como áreas mais prejudicadas a profissional (60%), a pessoal (45%) e a familiar (16%).

Jornal do CREMESP - nº 187

Sendo assim, a colocação do termo "Compulsão Sexual" merece análise séria e profissional antes de se rotular ou enquadrar alguém a quem se conheça a intimidade nesta classificação.

Pessoas saudáveis e felizes costumam gostar muito mesmo de fazer sexo e isto as faz cada vez mais saudáveis e felizes como que num círculo virtuoso, porque não?

Por:Jussara Hadadd é terapeuta holística,especializada em sexualidade
Fonte:
http://www.jfservice.com.br/

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