terça-feira, 28 de julho de 2009

O homem é polígamo ou monógamo?


Volta e meia alguém lança o tema: o homem é polígamo ou monógamo? Como o debate é complexo, chamamos alguns especialistas para nos ajudar a refletir. Para Joaquim Motta, que é terapeuta sexual, a resposta a essa pergunta ainda não pode ser dada. “Ainda não se pode ter certeza se são os aspectos naturais ou culturais que influenciam nesse comportamento”, explica o especialista.

Na opinião dele, o que há é uma diferença entre homens e mulheres. “Elas tendem ao vínculo único, monoândrico. Eles tendem à diversificação. A mulher faz o vínculo, o homem se acomoda dentro dele. A mulher procura a metade da laranja, o homem procura a metade da salada de frutas...”

O psicoterapeuta Oswaldo Rodrigues, que é diretor do Instituto Paulista de Sexualidade, também afirma que, para essa dúvida, não houve nenhuma resposta cientificamente provada, ainda. “Por enquanto, essa é uma discussão mais política do que científica”, explica o psicoterapeuta.

Para ele, ambas as versões podem ser encontradas, “porém é mais uma defesa de preferências ou ideologias do que a possibilidade de uma afirmação”, esclarece o especialista. E ele ainda dá uma terceira possibilidade: “talvez, a questão seja do homem conter todas as alternativas, incluindo a assexualidade.”

Fatores diversos

O psiquiatra Aderbal Vieira Junior, do Programa de Orientacão e Atendimento a Dependentes da Unifesp – inclusive dependentes de sexo –, explica que são muitos os fatores que definem o comportamento sexual. “Fatores sociais, culturais, sexuais, biológicos...”

Para ele, de acordo com a evolução orgânica do mamífero, humano ou não, para o macho é mais interessante cruzar com o maior número de fêmeas possível. “Isso faz com que seu código genético seja passado adiante. Enquanto para a fêmea é mais interessante escolher muito bem com quem procriar, mas, claro, nada disso é consciente.”

Porém, não só o elemento orgânico entra nessa equação. “Existem outros fatores. Na cultura ocidental, a monogamia é regra. Somos ensinados que esse é o parâmetro. As pessoas podem até não honrar isso, mas, de uma certa forma, estão agindo errado. Raros são os casais com relações abertas, mas não tão raras são as traições.”

E há, ainda, a mudança da mulher. “A cultura permite cada vez mais o comportamento mais assemelhado ao masculino. Tanto que, cada vez mais, as mulheres têm amantes, traem ou tem muitos parceiros”, relata Aderbal, que completa dizendo que o número de homens que levam uma vida promíscua ainda é brutalmente maior. “O aspecto orgânico vai continuar a ser assim. Mas culturalmente e socialmente essa distância vai diminuindo.”

Aderbal finaliza dizendo que o homem e a mulher não estão condenados a nada. “Alguns elementos da evolução apontam mais para a promiscuidade do homem, mas é ele que vai decidir se vai ser assim ou não. É possível ser monogâmico e feliz ou promíscuo e feliz, para homens e mulheres. Ninguém nasce com essa resposta”, encerra o psiquiatra.

Por:Vladimir Maluf

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