sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Os homens da sua vida (sexual)



Quantos já passaram pela sua cama: muitos? Poucos? O suficiente? É loucura liberar essa informação para ele? Vale mentir para impressionar as amigas? NOVA entrega, sem meias-palavras, qual a melhor saída para essa questão nem um pouco amorosa.

Assim que bateu os olhos nele, você pensou: "É o meu número!" Desde então, saem uma vez por semana, o papo flui, o sexo é quente... A paquera tem tudo para virar namoro. Até que um belo dia ele lança: "E aí, com quantos caras você já transou?" Essa, minha amiga, junto com a potencialmente perigosa "Quanto você pesa?", é uma das perguntas que fazem o sangue da maioria das mulheres gelar. Como driblar a situação? NOVA ouviu a terapeuta sexual Rachel Morris e o escritor e expert em pensamento masculino Ulisses Tavares, além de representantes dos times feminino e masculino. A tal saia-justa não vai incomodá-la nunca mais!

A verdade e tão somente a verdade?

Ao se ver frente a frente com a questão, é bem provável que algumas dúvidas passem pela sua cabeça: melhor fazer mistério sobre o tal número? Arredondá-lo para um único dígito? Aumentá-lo a fim de parecer mais sexy? A terapeuta Rachel Morris levanta a lebre: "Se você se orgulha de ter conquistado a liberdade sexual, por que não sentir o mesmo em relação à quantidade de experiências que teve?" Em outras palavras, não tem cabimento se envergonhar dessa vitória. É você, e só você, quem decide quantos homens vai levar para sua cama macia. Além do mais, em tempos de encontros online e vibradores Rabbit, nós, garotas de atitude, não ficamos mais sentadas esperando o próximo orgasmo chegar. Vamos atrás dele, certo? Ainda assim, se assumimos que gostamos de nos divertir, por que ficamos tão relutantes em falar sobre o assunto?

E não é só quem tem pontuação alta que se incomoda em responder à pergunta do ficante. Muitas com histórico sexual modesto também se esquivam do tema. Melissa, advogada carioca de 23 anos, sabe do que estamos falando. "Evito comentar com minhas amigas que só transei com o meu namorado sob pena de me acharem careta."
Mais é menos? Ou menos é mais?

A razão para aumentar ou diminuir a quantidade, segundo Rachel, é sempre a mesma (tanto para homens quanto para mulheres): insegurança. No entanto, como a chance de você acertar a resposta que ele quer ouvir é mínima, talvez seja melhor uma destas alternativas: omitir, levar na brincadeira, desconversar, responder só quando conhecê-lo melhor. Uns vão encarar numa boa, sem fazer prejulgamentos. Outros nem tanto. Por via das dúvidas, Rachel radicaliza e aconselha até uma mentirinha branca. "Tentou mudar de assunto mas ele continua insistindo? Não há problema em diminuir o número a fim de colocar uma pedra sobre a conversa." Passado é passado, certo?
Assunto tabu

O problema com o tal número mágico é que não existe uma resposta certa ou errada. "Verdade que uma das vantagens de ser mulher hoje é poder ter escolha sexual", fala Rachel. "Por outro lado, também é fato que ainda existem homens que acham bacana exibir um número alto de transas, mas preferem que nós nos mantenhamos... castas. Gostam que sejamos quentes na cama, só que não querem saber onde conhecemos as manobras que os enlouquecem", observa a especialista. Sim, é difícil decidir o que revelar e o que omitir, pois nem todos evoluíram nesse sentido. Os gatos que aparecem na sua vida são da turma dos machões? Machistas light? Ou têm mente aberta?

A essa altura, talvez você se pergunte: "Melhor, então, jurar de pés juntos que aprendi tudo apenas lendo NOVA?" Tomás, 24 anos, técnico em informática de Recife, não acharia má ideia. Ele confessa: "Homens não suportam a ideia de a namorada ter feito sexo com outros. Fere a nossa masculinidade. Sem falar que somos competitivos demais. Sei que não é um comportamento moderno ou adulto. Por isso, em vez de ficar procurando informação, prefiro pensar que temos mais ou menos a mesma experiência sexual. O passado da minha mulher não deveria importar, mas continuo achando que é mais fácil confiar em alguém que tenha tido quatro namoros longos do que 40 casos de uma única noite. Ela vai parecer mais séria e menos volúvel." Lisa, 25 anos, secretária de um escritório de advocacia em São Paulo, sente essa pressão: "Já fiz sexo com mais parceiros que meu namorado. Ele acabou de sair de um romance longo e eu estava curtindo a vida de solteira. Pelas minhas contas, transei com uns 15 caras, mas não pretendo falar para não deixá-lo inseguro. Apesar de feliz com o meu currículo sexual, não estou certa de que meu querido esteja preparado para a verdade. Se um dia ele perguntar, talvez eu diminua para uns oito."
O que eles realmente pensam sobre a matemática sexual

Ulisses Tavares, autor de Guia do Homem Que a Mulher Também Deve Ler (Geração), explica por que não existe uma resposta correta:

"Existem informações que são importantes para o homem saber sobre a mulher que compartilha sua cama e sua vida. A data do aniversário dela, por exemplo. Seu número de sapato. Os dias de TPM. Mas existem dados que só servem para tornar a vida amorosa e sexual masculina um sofrimento anunciado. O que fazer se a gente fica sabendo que seu ex foi cruel? Ou, pior ainda para o nosso ego e nossa masculinidade, ele era nota 10? De uma maneira sábia, a natureza nos fez bobocas, crédulos e pretensiosos. Bobocas por achar que nossa companheira nunca atingiu o orgasmo antes de nos conhecer. Crédulos ao interpretar gemidos como os melhores de sua vida. E pretensiosos por atribuir ao nosso pênis e à nossa performance erótica uma capacidade inédita de fazer de cada transa um acontecimento! Nada fere mais o homem que saber com quantos outros sua mulher já foi feliz na cama. Inseguro, ele recebe a confissão como mais uma ameaça à sua competência. E ela se agiganta por envolver rivais que ele não conhece e só pode imaginar como melhores. Mulher, inteligente emocional como é, só abre esse jogo como fantasia sexual. Sabe que somos seres que pensam com a cabeça de baixo. Nossa frágil autoestima agradece a desinformação nesse caso. Mulher esperta vai para a cama como se fosse a primeira vez. E homem esperto faz de conta que acredita."

Texto :Isadora Penteado
Fonte:http://nova.abril.com.br/edicoes

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