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"Tu as le parfum de la (você tem o aroma da) cachaça e de suor...". Os versos do compositor Chico Buarque para a personagem principal do longa-metragem Joana Francesa, filmado em 1973 por Cacá Diegues, retratam o desejo de mulheres que vivem em um nível social privilegiado por homens simples, que fazem de seu corpo instrumento de trabalho e também prazer. No filme, passado nos anos 30, a atriz francesa Jeanne Moreau interpreta o papel de uma dona de bordel em São Paulo que vai morar com um rico fazendeiro, dono de um engenho de açúcar, em Alagoas. Lá, a personagem se rende aos encantos de um dos funcionários da fazenda, recém- libertado da escravidão e que, literalmente, leva com ele o perfume da cachaça e do suor.
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Longe das telas do cinema, a atração de mulheres pela rusticidade masculina persiste, e bem distante da antiga relação entre Casa Grande e Senzala no Nordeste brasileiro. Após três casamentos frustrados - dois deles com os milionários roqueiros Kid Rock e Tommy Lee, a atriz canadense Pamela Anderson surgiu nessa semana linda, loura e megasiliconada com seu novo namorado: o eletricista Jamie Padgett, que conheceu há alguns meses, durante uma reforma em sua casa. Reformou a casa e deixou o pedreiro por lá mesmo para eventuais retoques. No Nordeste, aliás, há até um substantivo levemente pejorativo que identifica o chamado trabalhador braçal: cafuçu.
Segundo a cientista social, historiadora e psicóloga Maria Amélia dos Santos Augusto, membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Comportamento e Sexualidade, ao longo da história a submissão, quer pela condição social ou pela diferença de raça (no caso da escravidão), garantiam e garantem a ¿posse¿ do macho e, nessa condição, a saciação de uma parte do desejo feminino de ser homem. "Em uma sociedade machista, cheia de privilégios concedidos aos homens - a quem o papel do domínio esteve entregue -, é também uma forma de luta pelo poder", diz.
Um outro psicólogo, Paulo Geraldo Tessarioli, pesquisador do Grupo de Pesquisas e Estudos sobre as Sexualidades (GPPES), diz mais. Para ele, alguns homens se sentem intimidados quando a mulher entra na disputa profissional, o que acaba afastando essas executivas das paqueras em seu nível social, já que é vista como concorrente. "Atualmente mudou muito o referencial da mulher submissa. Se ela é independente, ela pode escolher com quem se relacionar, inclusive com homens de níveis diferentes do delas", diz Tessarioli.
Segundo a cientista social, historiadora e psicóloga Maria Amélia dos Santos Augusto, membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Comportamento e Sexualidade, ao longo da história a submissão, quer pela condição social ou pela diferença de raça (no caso da escravidão), garantiam e garantem a ¿posse¿ do macho e, nessa condição, a saciação de uma parte do desejo feminino de ser homem. "Em uma sociedade machista, cheia de privilégios concedidos aos homens - a quem o papel do domínio esteve entregue -, é também uma forma de luta pelo poder", diz.
Um outro psicólogo, Paulo Geraldo Tessarioli, pesquisador do Grupo de Pesquisas e Estudos sobre as Sexualidades (GPPES), diz mais. Para ele, alguns homens se sentem intimidados quando a mulher entra na disputa profissional, o que acaba afastando essas executivas das paqueras em seu nível social, já que é vista como concorrente. "Atualmente mudou muito o referencial da mulher submissa. Se ela é independente, ela pode escolher com quem se relacionar, inclusive com homens de níveis diferentes do delas", diz Tessarioli.
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De prazer e de torpor
O aspecto sexual é também um forte atrativo para as mulheres que optam por um relacionamento com um homem que usa em seu trabalho mais o corpo do que a mente. "Se a cabeça de cima estiver funcionando, a de baixo não funciona. E, no caso dos executivos dos dias de hoje, isto é quase uma constante. Com celulares, computadores e toda parafernália tecnológica a mão fica difícil se concentrar durante um encontro", diz Tessarioli. De acordo com o pesquisador, o atrativo do homem que está mais vinculado ao corpo é a valorização dos sentidos sensoriais, em vez dos atributos intelectuais. "Atendo mulheres lindas que se sentem feias e, neste caso, eu digo a elas: passe em frente a uma construção que vai se sentir a mais feliz das mulheres. Para os homens mais rústicos toda mulher é gostosa".
Tessarioli ressalta que, nestes casos, o trabalho braçal - como o de um pedreiro ou um eletricista ¿ não o esgota mentalmente. Sem grandes preocupações, a qualidade do sexo é influenciada positivamente. "A pegada é muito mais forte e direta, porque o trabalho fica da porta para fora". Da teoria à prática, Ana diz que se sente completa com o namorado, principalmente quando o sexo é o assunto. "Ele é fantástico. É uma coisa mais real, sensitiva, e envolve também a admiração".
As fantasias das mulheres recifenses com homens mais simples ganham, inclusive, as ruas da capital pernambucana durante o carnaval. Todo ano, o bloco "I Love Cafuçu" reúne mulheres que buscam aquela "pegada mais forte" durante os dias de folia. O termo é usado pelas pernambucanas para definir o homem que tem "muito músculo e pouco cérebro". A cantora Gretchen, que ainda desperta fantasias em qualquer prédio em construção, também promove uma festa anual no estado para promover a integração das admiradoras dos tais cafuçus.
A palavra, provavelmente, deriva de cafuzo, que é o nome dado ao homem resultado da mestiçagem entre negro e índio. "O sentido atribuído às palavras é muito especifico não só a um determinado tempo, mas a indivíduos e a grupos sociais determinados. O significado das palavras pode até ser mantido, mas o sentido pode mudar com o tempo. Há vários exemplos em nossa língua, principalmente no que diz respeito à sexualidade", diz a historiadora Maira Amélia
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fonte: http://mulher.terra.com.br
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