sábado, 2 de julho de 2011

DISTUREBIOS DA FUNÇÃO SESUAL PARTE I. EJACULAÇÃO PRECOCE E RETARDADA


A função sexual normal em homens e mulheres envolve tanto a mente (pensamentos e emoções) quanto o corpo. Os sistemas nervoso, circulatório e endócrino (hormonal) interagem de modo conjunto para produzir uma resposta sexual, a qual tem quatro estágios: desejo, excitação, orgasmo e resolução. O desejo é a vontade de participar da atividade sexual. Ele pode ser desencadeado por pensamentos ou por sinais verbais ou visuais. A excitação é o estado de agitação sexual. Durante a excitação, o fluxo sangüíneo à área genital aumenta, acarretando uma ereção nos homens e o aumento do clitóris, a congestão das paredes vaginais e o aumento das secreções vaginais nas mulheres. O orgasmo é o pico ou clímax da excitação sexual.

Nos homens, o sêmen é ejaculado através do pênis. Nas mulheres, os músculos que circundam a vagina contraem ritmicamente. No orgasmo, tanto o homem quanto a mulher apresentam um aumento da tensão muscular por todo o corpo e contrações dos músculos pélvicos. Para a maioria dos indivíduos, o orgasmo é altamente prazeiroso. A resolução, uma sensação de bem-estar e relaxamento muscular generalizado, segue-se ao orgasmo. Durante este estágio, os homens são incapazes de ter uma outra ereção durante algum tempo. O tempo entre as ereções (período refratário) geralmente aumenta com a idade. Ao contrário, muitas mulheres são capazes de responder à estimulação adicional quase imediatamente após o orgasmo.

A resposta sexual é controlada por uma interação delicada e equilibrada entre todas as partes do sistema nervoso. Uma parte do sistema nervoso, denominada sistema nervoso parassimpático, regula o aumento do fluxo sangüíneo durante a excitação sexual. Uma outra parte, o sistema nervoso simpático, controla principalmente o orgasmo. Uma anormalidade do fluxo sangüíneo ao pênis ou à vagina, uma lesão física de qualquer um dos órgãos genitais, um desequilíbrio hormonal ou o uso de muitos medicamentos podem interferir na resposta sexual, mesmo que o sistema nervoso funcione adequadamente. A disfunção sexual pode ser decorrente de fatores físicos ou psicológicos. Muitos problemas sexuais são resultantes de uma combinação desses fatores. Por exemplo, um problema físico algumas vezes acarreta problemas psicológicos (p.ex., ansiedade, medo ou tensão) e estes problemas freqüentemente agravam um problema físico.

Ejaculação Precoce
Ejaculação PrecoceA ejaculação precoce é uma ejaculação que ocorre muito cedo, geralmente antes, durante ou logo após a penetração. O problema é freqüente entre adolescentes e pode intensificar-se se existir o sentimento de que a relação sexual é pecaminosa. O medo do desconhecido, de engravidar a parceira ou de de contrair uma doença sexualmente transmissível, assim como a ansiedade relacionada à sua capacidade de desempenho, podem ser fatores contribuintes. Preocupações similares podem persistir durante a vida adulta e podem inclusive ser aumentadas por problemas em uma relação. Embora a ejaculação precoce raramente apresente uma causa física, pode existir o envolvimento de uma inflamação da próstata ou de algum distúrbio do sistema nervoso. A ejaculação precoce pode ser um problema importante para os casais. Se o homem ejacula antes de sua parceira atingir o orgasmo, esta pode sentir-se insatisfeita e pode tornar-se ressentida.

Causas Psicológicas de Disfunção Sexual

• Ódio em relação ao parceiro
• Depressão
• Medo de perder o controle, de depender de uma outra pessoa ou da gravidez
• Culpa
• Ansiedade
• Ignorância ou inibições relativas ao comportamento sexual
• Experiências sexuais prévias traumáticas (p.ex., estupro, incesto ou abuso sexual, ou fracasso sexual)
• Ansiedade relacionada ao desempenho (o indivíduo inquieta-se sobre o seu desempenho durante a relação sexual)
• O indivíduo sente-se como um espectador, não como um participante

• Incompatibiliade ou tédio relacionado ao parceiro


Tratamento

O terapeuta explica os mecanismos da ejaculação precoce, procura tranqüilizar o paciente e oferece conselhos simples. Com a técnica de parada e partida, o homem aprende a tolerar níveis elevados de excitação sem ejacular. A técnica envolve a estimulação do pênis, seja manualmente ou através da relação sexual, até que o homem sinta que a ejaculação é iminente a não ser que a estimulação seja detida, a qual é reiniciada 20 a 30 segundos após. No início, os parceiros treinam essa técnica com estimulação manual e, posteriormente, durante a relação sexual. Com a prática, mais de 95% dos homens aprendem a controlar a ejaculação por 5 a 10 minutos ou inclusive por mais tempo. A técnica também ajuda a reduzir a ansiedade, a qual, freqüentemente, agrava o problema. Alguns homens acreditam que o uso de preservativo ajuda a retardar a ejaculação. Ocasionalmente, a ejaculação precoce é causada por problemas psicológicos mais sérios, para os quais a psicoterapia pode ser adequada e útil. Quando uma terapia comportamental, como a técnica de parada e partida, é inadequada ou rejeitada pelo paciente ou quando ela simplesmente não funciona, medicamentos denominados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (p.ex., fluoxetina, paroxetina ou sertralina) são então prescritos com o objetivo de retardar a ejaculação. Esse tipo de medicamento atua aumentando a quantidade de serotonina no organismo e pode ser tomado diariamente ou aproximadamente uma hora antes da relação sexual.

Ejaculação Retardada
A ejaculação retardada é uma condição na qual a ereção é mantida, mas a ejaculação é retardada durante um período prolongado. A ejaculação retardada é rara. Contudo, à medida que os homens envelhecem, eles demoram mais para atingir o orgasmo. Alguns medicamentos (p.ex., tioridazina, mesoridazina e alguns medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão arterial) podem comprometer a ejaculação. O comprometimento da ejaculação também pode ser um efeito colateral de certos medicamentos antidepressivos (p.ex., inibidores seletivos da recaptação da serotonina). O diabetes também pode comprometer a ejaculação. As causas psicológicas são o medo da penetração vaginal e o temor de ejacular na presença da parceira. O tratamento inclui a terapia comportamental para reduzir a ansiedade e aprender técnicas para controlar o momento da ejaculação. Inicialmente, a parceira estimula o homem para que ele ejacule fora da vagina; em seguida, nos lábios vaginais e, finalmente, no interior da vagina. Se essa técnica fracassar, outras formas de psicoterapia poderão ser úteis.

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