quarta-feira, 24 de junho de 2009

O que é o ciúme!



Conceito
Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém.
Emulação, competição, rivalidade.
Despeito invejoso; inveja. Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo.

O que é o ciúme?
O ciúme não é uma única emoção simples, mas combinações múltiplas de várias emoções que podem aparecer em conjunto ou agrupadas e que são a inveja, seguida de raiva, ódio, pena, autocomiseração, vingança, tristeza, mortificação, culpa, vaidade, inferioridade, orgulho, medo, e ansiedade. Todo ser humano sofre de ciúmes ou é alvo ou instrumento do ciúme de outros seres humanos e como a sua manifestação é universal, os autores concordam em aceitar que seja normal na evolução do ser humano. Sua manifestação está sempre muito próxima da ansiedade e pode assumir diagnóstico grave ao persistir durante muito tempo.
Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza, frequentemente se torna vaga e imprecisa e as dúvidas podem se transformar em ideias super valorizadas ou delirantes. Na tentativa de aliviar esse sentimento a pessoa é levada à verificação compulsória de suas dúvidas, chegando a atitudes absurdas e ridículas que na maioria das vezes não ameniza o mal estar da dúvida.
É normal sentir ciúmes?
Sim, sentir ciúmes é normal. Tão normal quanto sentir saudades. Assim como a saudade, o ciúme é um sentimento normal quando surge como resposta a uma situação real, imediata, com sua duração limitada a um tempo que nem sempre é definido, porém certamente limitado.
Quando o ciúme começa a se prolongar no tempo e aumentar de intensidade, alguma coisa deve estar acontecendo. A saudade, por exemplo, quando intensa e prolongada, pode gerar uma situação mais séria de depressão. O ciúme também, só que atua mais na esfera da angústia e da ansiedade, gerando, portanto, estados ansiosos mais persistentes.
Geralmente o ciúme ocorre como consequência de uma desconfiança, como o que acontece após uma traição.
Parece que o ciúme sexual coloca subitamente em causa o sentido de identidade de quem o sofre. Ser traídos fisicamente pelo companheiro assume significados mais profundos pois activa os sintomas de insegurança, abandono e raiva. Estas emoções são mais evidentes quanto mais baixa for a auto-estima: quem foi traído chega a duvidar de si como pessoa e a pensar que não vale nada. O facto de que uma outra pessoa seja preferida em nosso lugar, nos faz pensar que falta algo em nós e nos impede de demostrar a raiva e a cólera natural.
O ciúme que o Homem sente, que raramente confessa e que tenta dissimular ou expressar com mau humor, não é muito agradável. Se o homem percebe que a companheira se interessa por outro homem, fica inseguro, pois teme ser encarado por ela como diminuído. A reacção tem carácter de fragilidade, traço que o homem evita conhecer por temer que o desabone.
A mulher, entretanto, se enche de vaidade quando percebe que o companheiro morre de ciúme dela. Tem a expectativa de merecer essa reacção, espécie de atestado de que é importante e de que ele realmente a ama de facto. Já enciumar-se de seu homem é o mesmo que tornar público o quanto o amor dela é valioso ou verdadeiro. Ela na crise de ciúme tenta afastar a concorrente, vista como perigosa. Acredita que é a mulher que se insinuará ao homem, seduzindo-o e não acusa seu companheiro, mas perdoa-o por sua ingenuidade e joga sua hostilidade sobre a caçadora.
Um bom exemplo na mitologia Grega é Hera, esposa legítima de Zeus, que vigiava o comportamento do marido nas inúmeras incursões amorosas dele. Hera, a primeira dama do Olimpo não ousava tocar no marido em represália às escapadas. Preferia perseguir e punir as amantes, a quem atribuía total responsabilidade pelas aventuras do companheiro.
O homem age de modo diferente, vendo nos rivais a presença de uma masculinidade mais forte do que a própria, morde-se de ciúme, porém culpa a companheira por eventuais aproximações. A fantasia é de que ela não é confiável e se insinuará para o oponente por meio de implacável sedução. É como se ambos assumissem que, no jogo amoroso, cabe à mulher a posição activa, e ao homem a passiva. Nesse sentido ela se torna perigosa, ardilosa e indigna de confiança, enquanto ele se mostra tolo, esvaziado de vontade, ingénuo, desprepaparado, mera vítima da sedução feminina.
Resumindo: o sentimento dele relativiza o suposto poder, o dela ressalta a potência.
A evolução dos papéis do casal produziu nos últimos anos mudanças notáveis, mas a insegurança e os sentimentos como o ciúme permanecem como antigamente, porque o casal evoluiu em termos sexuais mas não em termos sentimentais e portanto as reacções são as mesmas de há mil anos atrás.
O ciúmes também poderia ser considerado afrodisíaco, já que segundo pesquisas serve para que as mulheres tenham mais filhos, cuidem mais da sua prole e para que os homens "inconscientemente" produzam mais espermatozóides. Quem considera o ciúme um facto instintivo tende a justificá-lo e evidencia seus aspectos ressegurantes para o casal, enquanto quem o vê como produto da cultura o recusa pois o considera um atraso.

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